a tiro

Tiro...sobretudo. De recreio, competição. Escola de responsabilidade, formação... Algumas técnicas, modalidades, meios, intervenientes...

domingo, março 18, 2007

Eleições para a FPT

Apenas mais uma oportunidade perdida ?

Ocorrem-me algumas questões, reparos, sugestões, exigências ( se pudesse ser! ):

Sobre a Federação:

-não é suposto, aquela servir os clubes e estes os atiradores, clientes finais ?

Nesse caso, porque não defende esta os seus interesses, não fala com as pessoas, não responde às questões, não defende os seus atletas e age como se fizesse a sua própria lei e estivesse acima da própria Constituição não cumprindo muitas vezes os próprios regulamentos ?
Porque é legalista quando não deve e fecha os olhos quando lhe convém ao estabelecido nos calendários de provas ou nos regulamentos internacionais que supostamente subscreveu ?
Porque é que uns têm de fazer exames, outros não os podem fazer e outros que supostamente os fizeram não os fizeram porque não, ou porque se fez de conta ou porque as respostas lhes foram dadas ?
Ou porque é que a comitiva inclui atletas cujas marcas não são as melhores para as categorias em prova ?
Ou porque é que à última da hora se anulam provas sabendo-se que as pessoas já se mobilizaram para as mesmas ? Não se está à altura ? Ou simplesmente os deslocados ganhariam e isso não é assim tão interessante para alguns mais próximos do poder ?
Tretas, enfim.

A Federação deve responder capazmente a várias questões, sob pena de não ter a sua existência justificada:

- autonomizar-se do jugo militar e policial.

Deve essencialmente defender os civis e o seu interesse pela modalidade mas também aqueles se os mesmos não se arrogarem os especiais direitos de que já gozam e querendo limitar aos outros aquilo a que já acedem.
Exemplo: IPSC. Qual afinal o problema ? Calibres de Guerra ? ( Mais treta. Só para alguns e sempre os mesmos…).
Se esse é o problema, ok, fora com eles! Que vão praticar e concorrer noutros campeonatos. Afinal, nem precisam de fazer provas, exames, tirar ( pagar ) licenças…

- impor-se no âmbito desportivo.

Deve promover e dar visibilidade à modalidade, não se opor às solicitações dos clubes no lançamento de “brincadeiras” que visam dar a conhecer outras vertentes do tiro, mandar as notícias para os jornais e televisões, divulgar a prática desportiva com acções apelativas ( de preferência não ridículas como a Turma dos Tirinhos…).
Já se reparou, por acaso, que não há jovens ? E juvenis ? O tiro em Portugal vai acabar com a geração presente. É isso que se pretende ?
Promover protocolos com o IDP e outras entidades estatais de forma a conseguir fundos para ajudar os clubes nas suas actividades…Não me ocorre ter, ultimamente, visto qualquer referência no DR sobre tal matéria. Mas vejo muitas outras entidades todos os dias a serem contempladas…
E há, ainda, as empresas que mesmo sem serem grandes estão muitas vezes disponíveis. Quantas foram sondadas ?

- fazer-se ouvir como parceiro.

Na sociedade, na política, nos meios de massa, nos corredores dos poderes. Todos…
Como é possível que a Federação nem sequer conste nas ligações do MAI e ONG´s com interesses no fim das armas o consigam ?
Que força fez para não permitir as aberrações legislativas aprovadas sobre tal matéria ? Por outro lado, como permitiu alterações ao projecto inicial que apenas defendem os actuais detentores de armas em estágio de carreira de tal forma desenvolvido que já nada mais têm a almejar ? Nem quanto ao seu número !
E que foi feito dos diversos trabalhos pedidos, partilhados, sugeridos no sentido das propostas de alteração às leis em vigor ? Já foram entregues ? A quem ?
Os caçadores, os armeiros, as confederações…Já toda a gente fez tanta coisa. E a nossa Federação ?
E sobre a lei 5 de 2007 ? Disse bem de 2007. A do Desporto. Foi dado o contributo a que estamos obrigados. Ou o tiro já nem desporto é ?

Algumas coisas mais imediatas e práticas:

- a federação não tem condições de fazer um seguro de licença com um preço capaz ou está a financiar-se também dessa forma ? ( Aliás, para quem só serve os Clubes, parece que afinal os atletas também lhe servem para alguma coisa ! ).
- para quando a publicação das alterações aprovadas na última assembleia ? Como é possível viver na incerteza permanente do que está em vigor, do que é ou não válido?
- para quando a obrigatoriedade de constituição de associações regionais de tiro para todos os clubes? Ok, já sabemos que Lisboa é a capital mas os bons exemplos são para ser seguidos.
- quando é que se altera o regulamento de provas de forma a que o atleta não seja obrigado a deslocar-se à região sede do clube para competir, especialmente sabendo-se que terá que fazê-lo do seu bolso ? Que vontade resiste a tanto incómodo e despesa ?
- como forma de aproximação, resolução capaz e atempada e como prevê, aliás, o estatuto, é para quando a abertura de uma delegação da Federação, no norte, por exemplo ?
- transparência e celeridade nas decisões é precisa. Portanto, publiquem-se, disponibilizem-se todos os elementos de ranking, tabelas, critérios…
E faça-se já, para publicação imediata, a lista das armas passíveis de se enquadrarem nas diversas licenças / categorias de forma a que não tenhamos que ficar à espera que um “perito” e uma “colaboradora” se dignem dizer de sua justiça… E para que essa justiça seja sempre a mesma e igual para todos.
A propósito: continuo à espera de um pedido para uma simples lever action… E, já agora: porque se poderá fazer uma prova de recreio em Lisboa com a Licença A e no Porto se exige a D?

Em resumo, nada de especial a fazer a não ser querer fazer e, afinal, copiar o que os outros já fazem bem.
Se assim fizermos não perderemos tempo a fazer que fazemos e talvez até tenhamos tempo para fazer melhor o que os outros já fazem bem.

Se for este o espírito dos candidatos e os mesmos professarem tais ideias, ponderarei o meu voto no seu programa ?
Mas, já agora, qu´é d´ele ?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Os meus sinceros parabéns pelo texto e, já agora, pela cuidada compilação de legislação sobre armas que consta do seu outro blog.
Vitor Teixeira

21 março, 2007 14:00  

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